terça-feira, 29 de novembro de 2005

Arrumadores

Ar manhoso e mal vestido, jornal enrolado na mão e um perfeito sentido de missão ("i want that car parked, right now!") compõem o arrumador moderno. Quando saímos do carro não estão à vista e quando pensamos que estamos safos saltam da sombra de uma Renault comercial branca com uns olhos sulcados a que poucos têm coragem de dizer frontalmente "vai mazé trabalhar!".
Mas escrevo este post para partilhar uma ideia: acredito que os arrumadores seriam mais bem sucedidos se dinamizassem a sua profissão, ou seja, se não baseassem o seu ordenado apenas no medo de levarmos com um risco no carro ou uma seringa cheia de sida no pescoço. Seria muito mais simpático se, quando saíssemos do carro, o arrumador nos brindasse com uma anedota, um malabarismo, um truque de cartas, a previsão meteorológica para esse dia ou, se for de manhã, uma bica e um pastel de nata.
Talvez um dia...

Homenagem

Aqui fica a minha homenagem ao jp pelo seu instinto de ladrão.
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1240493

domingo, 27 de novembro de 2005

Hidromecânica

Olho para o meu último post, redigido bem antes desta nova mudança de look e mentalidade que parece ter vindo para ficar aqui na Residência Espanhola, e não posso deixar de me sentir ligeiramente nauseado... Se não é o parágrafo mais vazio, mais constrangedor que já escrevi, então não sei o que será. Deixei-me levar pela vontade de dizer qualquer coisa, de tentar agitar as águas, num blog que se encontrava bem estagnado... Infelizmente, a boa vontade não foi acompanhada pelo sentimento que, em circunstâncias normais, me leva a escrever. A verdade é que quando escrevo, não o faço para mais ninguém que não para mim. E como se pode constatar pelo meu último post, quando a minha prosa assenta em outro móbil que não esse, as coisas não correm muito bem. Melhor ainda que escrever para mim, é escrever partindo de mim. Fazê-lo pensando no que os outros podem pensar ou em como podem reagir, costuma dar mau resultado... Como tal, e apesar da onda de súbita euforia que parece ter atingido este blog, gostava de deixar aqui uma coisinha ou outra, que creio serem essenciais...

Estou certo que as pessoas que contribuem para este blog têm todas as capacidades para o transformar num espaço em que abunde a criatividade, a originalidade, o sentido de humor inteligente, a crítica séria e construtiva, enfim, é gente inteligente e com mente prolífica.

Não posso, ainda assim, deixar de me questionar... Onde vai levar esta onda de euforia? É que, como esta, houve muitas outras no passado e os resultados foram... bem, foram o que se viu não é? Importa salientar que não questiono sequer a duração da euforia... sei que será curta. A euforia é como uma onda gigantesca que nos pode levar muito longe se a apanharmos, mas que também nos pode deitar, imediatamente, abaixo se não estivermos atentos. Assim, temos três opções... Apanhamos a onda e vamos até onde ela nos leva, mergulhamos sob a onda ignorando até onde ela nos poderia ter levado, levamos com a onda na cabeça e ficamos sem saber o que é que aconteceu. Interessam-me as duas primeiras hipóteses, já que gosto de considerar que a minha consciência me mantem suficientemente alerta para poder avaliar se vale a pena ir na onda ou não (e já agora, para ver que existe uma onda!). Na verdade toda a dinâmica deste complexo sentimento se assemelha muito com a hidrodinâmica, como de resto creio que já fiz notar. Vai e vem... vai e vem... E ainda bem!! Não consigo imaginar nada mais entediante que viver sempre num estado de êxtase desmesurado! Que idiotas seríamos todos nós se não tivessemos alguma vez passado por algum tipo de sofrimento que nos obrigasse a modificar a nossa maneira de pensar e de agir, que nos obrigasse a crescer! Há, no entanto, que saber domar estes momentos de euforia, de modo a que os possamos transformar em algo útil. Algo que fique, efectivamente, na memória de cada indivíduo e não apenas num momento perdido no tempo. Não é fácil, eu sei. Nunca, em última instância, dependemos apenas de nós próprios para levar as nossas intenções a bom porto, mas podemos fazer um esforço. Contra mim falo, aceito isso. Nem sempre estou disposto a fazer esse esforço, mas sou humano e não consigo evitar acomodar-me a certas situações. Mesmo assim, fico contente por saber que a minha mente nem sempre acompanha essa onda de comodismo tão entranhada na nossa cultura. É reconfortante saber que ainda não cedi à indolência espiritual que me é imposta por tantos agentes desta sociedade...

Na minha modesta opinião, escrever (porque é disso que aqui se trata) não é compatível com datas, metas ou imposições. Como outras formas de Arte, tem de vir do âmago de cada um de nós. O momento em que nos sentimos predispostos a passar para papel (ou formato digital) aquilo que nos vai na alma não pode ser marcado, predefinido. Não é necessário euforia, não é necessário tristeza e muito menos é necessária uma data limite. Só é essencial sentir aquele impulso que nos compele a expor as nossas ideias, as nossas críticas, os nossos sentimentos. Não escrevo por encomenda, escrevo para mim. Não sou um cronista, sou um aluno de medicina que gostava de ser Dj...

sexta-feira, 25 de novembro de 2005

Manifesto

Realmente só tinha um post neste blog cheio de espírito jovem e potencial! (pareço um padre)
Falo de potencial porque - e peço desculpa pela sinceridade - acho que este blog ainda não é tudo o que poderia ser! Isto acontece por culpa de todos nós; eu incluído.
Posso dizer que nunca cheguei a ser um elemento participativo por várias razões. Para começar, não tenho muitas ideias na cabeça - sou mesmo um gajo bastante limitado - e quando tenho uma (dá para perceber quando é porque as nuvens são rasgadas por um feixe de luz que me ilumina durante uns bons 15 minutos) posto no meu blog. Além disto, tenho que dizer que não concordo nada com os posts-bebedeira, onde se relata, em tempo real e de forma delirante, a bebedeira que se está a sentir! Eu sou o primeiro a afirmar que se deve aproveitar o dopante de criatividade a que se chama álcool, mas não para este tipo de prosa...

Portanto apelo a todos nós: VAMOS FAZER DESTE BLOG O MELHOR BLOG DO MUNDO!
Que quem leia cada post se ria, chore de comoção, esboçe um sorriso de simpatia, pense "nunca tinha visto a coisa desta maneira" ou até que berre em plenos pulmões "i'm the king of the world!!!" enquanto esbraceja e esperneia como um doido em frente ao PC (como eu a ouvir LCD Soundsystem).

VIVA A RESIDÊNCIA ESPANHOLA!!!

Metas...

Quando estabeleço um projecto na minha vida entre as primeiras coisas que me passam pela cabeça é onde quero chegar, quais os meus objectivos. Pode parecer para muitos uma visão demasiado "certinha" e desnecessária mas o que é certo é que sem isso me vejo por aí a vegetar.

Isto a propósito da minha participação neste blog, um projecto para o qual fui convidada pelo grande JP que até se deu ao trabalho de redecorar a casa antes de acolher os novos residentes, desde já muito obrigada! =)

Mas não fiquem a pensar que estabeleci metas utópicas e inatingíveis, para esta minha participação, ou antes, se o forem dependerá de outros dois residentes. Assim sendo, e sem mais demoras, quero com a minha contribuição igualar o número de posts do mm e superar os da mmmm :) Não sei se estão a ver as implicações do meu projecto, se dispender assim tanto tempo a escrever talvez nem consiga acabar o curso! Mas não se preocupem comigo, façam-me dar o litro! ganhar calos nos dedos! cegar de olhar pro pc!

Get ready, set,

Go!!!!!!!!!!!!!!!!!

PS: por agora empatados :P

segunda-feira, 21 de novembro de 2005

...

sim?