Na auto-estrada rumo ao Sul...

São 8 e picos, desço leve de malas e ponho-me no carro. Ligo o dito e solto uns minutos para escolher a banda sonora que me vai acompanhar nas próximas 2 horas e meia: Trance it is!

Saio calmamente de Lisboa dizendo adeus a todos as buzinadelas da segunda circular e acelero em direcção à nossa bela ponte de 17,2 km. Checko o tanque da gasosa e concluo que não vai haver paragens, daqui até lá abaixo é sempre a abrir! Na ponte atinjo a velocidade cruzeiro de 150km/h e regulo o A/C, ponho-me confortável e deixo o Paul van Dyk relembrar-me mais uma vez como é que se faz lá fora.

Passo as habituais saídas antes de entrar na devida A2 à medida que o Sol se põe atrás de mim, a batida não para... Pinhal Novo, Caparica, Barreiro. À medida que o set progride perco-me e encho a cabeça de pensamentos e reflexões sem qualquer tipo de objectivo, conclusão ou rumo lógico. Apenas fico ali com uma mão no volante e a outra a descansar em cima do travão de mão (não para usar neste preciso momento..). Sigo viajem tranquilo sem muita gente na estrada, habituado ao percurso e sentindo-me sempre à vontade vou lendo as placas que passam por mim como referências estáticas no tempo. Badajoz, Madrid... ("olha a M30..", digo eu para mim) Toledo, Valência... Quando dou por mim estou a passar por Eivissa Town em direcção a Santa Eulália por aquela estrada pequena, estreita mas de alcatrão novo e cheia de destinos nocturnos que falam mais alto que nós no que diz respeito a certas e determinadas emoções. Estaciono ao pé dos Art Apartments já vendo a sua piscina tranquila quando ouço a minha Mãe:
"João não ponhas o carro atrás do meu que daqui a bocado vou à Marina com a tua Irmã...".