Ainda no outro dia já não sei bem porquê, falou-se em felicidade e eu virei-me para o mm e perguntei-lhe, "és feliz?". Para meu espanto o primeiro reflexo dele pareceu-me que era dizer não, explicando-me a seguir o porquê da sua resposta e que ele pensa que a felicidade é algo inatingível, isto é, é uma meta ou um objectivo a atingir e pelo qual nos guiamos ao longo da nossa vida. Por outras palavras e pelo que apanhei do que ele me tentou explicar foi: Tomamos as opções sobre o rumo da nossa vida de forma a que estejamos o mais perto possível dessa meta/da felicidade (quem é que não quer ser feliz, certo?).
Óbvio que estou a tocar num ponto altamente sensível e discutível, no entanto, fiquei intrigado com a perspectiva dele (e possivelmente de outras pessoas) e até um pouco estupefacto uma vez que até hoje sempre vivi com outra perspectiva sobre o assunto.
Resumindo, eu acredito que sou feliz todos os dias, ou que pelo menos tento sê-lo. E se não acordar todos os dias com um sorriso na cara (entenda-se por boa disposição geral e agrado em ir viver o dia..) contente pela vida que tão ao acaso me foi concedida no meio da infinidade deste universo, para mim, tudo perde sentido. Por outra palavras penso porque hei de andar por aqui se não for para gozar todos os dias, e não apenas o final. Penso que não faz sentido para mim viver apenas para cumprir uma meta, não olhando às coisas pequenas e diárias. Óbvio que todos nós temos os nossos altos e baixos, mas falo numa disposição geral. Também não estou a dizer que o mm pensa desta maneira, não, a conversa apenas me suscitou este tipo questões. Ás vezes faz me lembrar o estilo de vida dos religiosos fanáticos, que vivem para deus, para o além (sem qualquer ofensa aos religiosos, refiro-me mesmo aos fanáticos..).
Meus amigos, deuses somos nós, e o além está ao virar da esquina!
São 05:34, está escuro, está frio lá fora, quentinho cá dentro, e o som do tiesto leva-me para estes lados.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2005
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4 comentários:
Senti a necessidade de explicar melhor a minha ideia porque parece-me que o que o JP postou dá um bocado a ideia de que eu sou um gajo infeliz, que acha que ninguém pode ser feliz e que anda aqui desesperadamente a tentar chegar à meta da felicidade sem estar atento a todas as pequenas e boas coisas da vida.
Tudo isso é falso.
Penso que não existe tal coisa como felicidade total e absoluta, apenas momentos em que a pessoa está feliz e momentos em que não está. Deste modo acho que a questão "és feliz" não faz muito sentido, acho que quem se acha feliz por ser feliz são os tolos (não estou a dizer com isto que o JP seja tolo :P). Acredito também que essa felicidade total utópica deve ser uma meta e por oposição acredito que achar-se feliz desse modo absoluto é uma atitude conformista. O indivíduo deve sempre procurar mais.
Eu sou um gajo que está bem com a vida, embora por vezes seja muito crítico, mas ainda quero muito mais dela antes de morrer...
"és feliz ???"
Realmente é uma pergunta um pouco esquisita, embora acha que é possível responder a essa pergunta com sim ou não. Como o mm disse estar bem com a vida acho que é o mais importante e se voces acham que isso é ser feliz muito bem .. sou feliz. Quando falam em momentos, eu falo em espaços no tempo relativamente grandes em que talvez não tenha sido feliz, mas sou agora o que não quer dizer que continue a ser. Todas as coisas influenciam a nossa felicidade. Ela não depende só de nós, também depende de todos os que nos rodeiam e das consequencias das nossas opções. Acho que cada um deve ser feliz com as que tomou e aprender com os erros de forma a minimizá-los nas próximas.
"muitas pessoas perdem as pequenas alegrias da vida enquanto aguardam a grande felicidade" Pearl S Buck
Até pode ser verdade, mas o que é certo é que as pequenas alegrias são efémeras... ou procuramos algo maior, a concretização de um desejo, de um sonho, qq coisa que nos dê a sensação de realização de "fulfilment" ou chegamos a certa altura e olhamos para trás sem encontrar sentido naquilo que construimos.. acho mesmo muito importante darmos valor às coisas do dia a dia mas não devemos descuidar o resto....
Mas se querem que vos diga acho que esse tipo de perguntas só se faz aos putos de 6 anos que são os únicos que de consciência tranquila vos podem dizer que sim ;)
Bem, eu sempre gostei do espírito de criança e juvenil! :D
Às vezes parece-me acreditamos no mesmo, apenas nos debruçamos sobre o assunto de maneiras diferentes..
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